A junta militar que governa o Mali anunciou, nesta segunda-feira (2), que estava denunciando os acordos de defesa com a França e seus aliados europeus, criticando as "violações flagrantes" de sua soberania nacional por parte das tropas francesas.
"Há algum tempo, o governo da República do Mali constata com tristeza uma profunda degradação da cooperação militar com a França", assinalou em pronunciamento televisionado o porta-voz da junta, o coronel Abdoulaye Maiga.
O porta-voz citou várias ocasiões em que as forças armadas francesas teriam violado o espaço aéreo do país.
Também mencionou a decisão da França, tomada em junho de 2021, de dar por encerradas as operações conjuntas com as forças malinesas.
As tensões entre a França e a junta militar do Mali, que assumiu o controle do país em agosto de 2020, aumentaram nos últimos tempos e o anúncio desta segunda - algo que os militares vinham aventando há semanas - confirma o esfriamento das relações entre os dois países.
As autoridades malinesas romperam o acordo que estabelecia o marco jurídico da presença das forças francesas Barkhane e europeia Takuba no Mali, e o tratado de cooperação em matéria de defesa fechado em 2014 entre Mali e França.
Esses acordos haviam sido firmados um dia depois de as tropas francesas terem ajudado o exército do país africano a repelir uma ofensiva jihadista no país.
Porém, em fevereiro, a França decidiu retirar suas tropas por conta de várias divergências com a junta, em particular por sua aproximação com a Rússia.
* AFP