O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ, na sigla em inglês) exigiu nesta segunda-feira(28) que as autoridades guatemaltecas esclareçam o assassinato a tiros do comunicador Orlando Villanueva, ocorrido no início de março no nordeste do país.
"As autoridades guatemaltecas devem conduzir uma investigação credível sobre o assassinato do jornalista Orlando Villanueva e esclarecer se está ligado ao seu trabalho jornalístico", disse Natalie Southwick, coordenadora do Programa América Latina e Caribe do CPJ, em comunicado.
Villanueva foi morto a tiros por "um grupo de indivíduos não identificados" em 8 de março em um campo esportivo no município de Puerto Barrios, no departamento caribenho de Izabal, destacou o texto da organização independente com sede em Nova York.
O jornalista era proprietário e repórter do jornal Noticias del Puerto, que tem um site na Internet e uma página no Facebook.
Villanueva havia denunciado em outubro do ano passado assédio por policiais e promotores após cobrir um protesto de trabalhadores em uma mina, segundo o comunicado do CPJ.
Villanueva cobriu notícias políticas e eventos locais em Puerto Barrios, além de denunciar atos de corrupção em Izabal.
"A imprensa deve informar livremente e com segurança em regiões como o departamento de Izabal, que nos últimos anos se tornou um lugar cada vez mais perigoso para jornalistas que cobrem questões sociais e ambientais", acrescentou Southwick.
Segundo o CPJ, pelo menos seis jornalistas foram mortos na Guatemala "em retaliação por seu trabalho" desde 1992.
Jornalistas da Guatemala trabalham sob uma onda de violência que em 2021 deixou 4.078 mortos, quase metade atribuídos pelas autoridades à operação de gangues e grupos de narcotráfico.
* AFP