A junta militar que governa Mianmar anunciou neste sábado que revogou a cidadania de vários integrantes de um governo opositor paralelo, dominado por ex-integrantes da administração deposta de Aung San Suu Kyi.
Parlamentares depostos formaram um "governo de unidade nacional" (GUN) pouco depois que os militares tomaram o poder no ano passado, com a promessa de reverter o golpe.
O GUN foi declarado como organização "terrorista" pela junta.
Entre as pessoas que perderam a nacionalidade estão o porta-voz Sasa (utiliza apenas um nome), o ministro das Relações Exteriores Zin Mar Aung, o ministro do Interior Lwin Ko Latt e o ministro dos Direitos Humanos, Aung Myo Min.
O grupo "violou as leis existentes do Estado e cometeu atos que poderiam prejudicar os interesses de Mianmar", afirma um texto publicado no jornal estatal Global New Light.
A medida também revogou a nacionalidade do escritor Ei Pencilo e dos ativistas Min Ko Naing e Ei Thinzar Maung.
O GUN não controla nenhum território nem foi reconhecido por governos estrangeiros. Muitos de seus integrantes estão escondidos ou exiliados.
Suu Kyi permanece detida desde o golpe de 1º de fevereiro de 2021 e enfrenta várias acusações que podem resultar em penas de mais de 150 anos de prisão.
A repressão aos dissidentes desde o golpe deixou mais de 1.600 mortos.
* AFP