Uma organização religiosa declarou a Guatemala "Capital pró-vida da Ibero-América" nesta quarta-feira (9), um dia depois que o Congresso endureceu as penas para o aborto e fechou as portas para o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
"Este é um dia para celebrar que temos um país que aprende, que ensina e faz todo o possível para respeitar a vida, desde a concepção até a morte natural", disse o presidente, Alejandro Giammattei, durante uma cerimônia religiosa pública organizada pelo grupo cristão Congresso Ibero-Americano para a Vida e a Família, que se reúne na capital. A declaração é a primeira concedida por essa organização religiosa, com sede no México.
Giammattei, diante de dezenas de pessoas na praça central da Cidade da Guatemala, destacou que seu país protege a vida desde a sua concepção, por mandato constitucional e porque "nossa fé ordena".
"Hoje somos testemunhas de uma profecia. A profecia é de que a Guatemala seria um farol de luz para as nações. As ações da Guatemala são um exemplo para o mundo", disse Aarón Lara, presidente do grupo religioso.
"É preciso ter muita coragem para defender o direito à vida e deixar claro que não existe direito humano ao aborto", destacou Lara, indicando que a Guatemala foi declarada capital pró-vida por políticas governamentais.
Perto do local da cerimônia, um grupo de mulheres alinhou vários caixões pretos, em protesto contra a atividade do governo e contra a recente lei aprovada pelo Parlamento.
A "Lei para a Proteção da Vida e da Família" pune com até 10 anos de prisão a "mulher que provocar seu aborto ou consentir que outra pessoa o provoque". Na lei atual, a pena máxima é de três anos.
A lei também modifica o Código Civil, para afirmar que é "expressamente proibido o casamento entre pessoas do mesmo sexo" na Guatemala.
* AFP