O governo nigeriano anunciou nesta quarta-feira (12) à noite que suspenderá a proibição do Twitter após sete meses no país mais populoso da África.
"O presidente Muhammadu Buhari aprovou o levantamento da suspensão do Twitter na Nigéria a partir da meia-noite de hoje", disse o chefe da Agência Nacional de Desenvolvimento de Tecnologia da Informação, Kashifu Inuwa Abdullahi, em comunicado.
As autoridades nigerianas dizem que após vários meses de negociações, o Twitter concordou com "todas as condições estabelecidas pelo governo federal", especialmente no que diz respeito à tributação e gestão de conteúdos que não respeitam as leis nigerianas.
Contactado pela AFP na noite de quarta-feira, o Twitter não confirmou o anúncio.
O governo nigeriano anunciou em junho de 2021 a suspensão do Twitter por "duração indeterminada", após acusar a rede social de ter uma "missão suspeita" contra o Executivo, e tolerar mensagens do chefe de um grupo separatista em sua plataforma incitando a violência no sudeste do país.
A suspensão do Twitter ocorreu dois dias depois que a rede social suprimiu uma mensagem do presidente Muhammadu Buhari. O chefe de Estado ameaçou "tratar com uma linguagem que eles entendem" os autores da violência no sudeste da Nigéria - que, segundo as autoridades, seriam os separatistas ibos - o que reacendeu memórias dolorosas da guerra de Biafra, que deixou mais de um milhão de mortos na década de 1960.
A suspensão do Twitter e o fato do governo ter ordenado que os meios audiovisuais apagassem suas contas na rede, em sinal de "patriotismo", causaram grande comoção na Nigéria, um país jovem e com uma população altamente conectada às redes sociais e no qual o Twitter é uma ferramenta relevante para protestos.
A União Europeia, o Reino Unido, os Estados Unidos e o Canadá manifestaram sua rejeição à suspensão do Twitter.
* AFP