A ONU afirmou nesta quarta-feira (22) que se vê "obrigada" a reduzir a ajuda alimentar ao Iêmen por falta de recursos, ao mesmo tempo que advertiu para o aumento da fome neste país em guerra e arrasado por uma das piores crises humanitárias do mundo.
O país, o mais pobre da península arábica, está devastado por um conflito que já completou sete anos entre o governo apoiado pela Arábia Saudita e os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã.
"O Programa Mundial de Alimentos (PMA) está obrigado a reduzir a ajuda humanitária para o Iêmen", anunciou a agência da ONU, que fez um alerta sobre as consequências da medida, no momento em que a fome aumenta no país.
O PMA não tem os fundos necessários para entregar ajuda a 13 milhões de pessoas no Iêmen, explicou a agência, antes de destacar que "a partir de janeiro oito milhões de pessoas receberão uma ração alimentar reduzida e cinco milhões que correm o risco de fome continuarão recebendo uma ração completa".
Quase 80% dos 30 milhões de habitantes do Iêmen dependem da ajuda internacional.
O programa de alimentos da ONU explicou que com os cortes "as famílias receberão apenas metade da ração mínima diária" e expressou o temor de que "em breve reduções ainda mais severas sejam inevitáveis".
"Algumas pessoas poderiam ser totalmente excluídas dos programas de ajuda alimentar", lamentou.
* AFP