Estados Unidos e ONU condenaram a junta militar de Mianmar por informações que Washington considera "verossímeis e repugnantes" sobre o assassinato de 11 pessoas que foram queimadas, incluindo crianças, em um vilarejo do centro do país.
A imprensa local e moradores afirmaram que 11 pessoas do vilarejo de Dontaw, na região de Sagaing, foram levadas pelo exército após ataques contra as tropas na quinta-feira.
"Estamos indignados pelas informações verossímeis e repugnantes de que o exército birmanês amarrou 11 pessoas, incluindo crianças, no nordeste de Mianmar e as queimou vivas", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price.
A junta militar, que tomou o poder em fevereiro com um golpe de Estado, rebateu as acusações e o jornal estatal Global New Light afirmou que eram "notícias falsas".
Um morador da região que pediu anonimato declarou à AFP que viu "corpos com as mãos amarradas ainda com fumaça" depois que as tropas deixaram o vilarejo.
Um vídeo postado nas redes sociais mostra vários corpos carbonizados no chão. A equipe de verificação da AFP não detectou evidências do vídeo anteriores à terça-feira, embora não tenha conseguido identificar onde foi filmado ou sua autenticidade.
Um porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou na quarta-feira que está "profundamente preocupado com as informações sobre o horrível assassinato de 11 pessoas (...) que supostamente foram atingidas por tiros e queimadas pelo exército".
"Relatos confiáveis indicam que cinco crianças estavam entre as pessoas mortas", disse.
* AFP