Governistas do bloco de países da África Ocidental (ECOWAS) exigiram nesta segunda-feira (13) da junta militar da Guiné a definição de um calendário eleitoral que leve à restituição do comando civil.
O ECOWAS continua "muito preocupado de que três meses depois do golpe de Estado não tenha sido emitido um calendário para o retorno à ordem constitucional", informaram em um comunicado.
O grupo insistiu na necessidade de que o regime celebre eleições no prazo de seis meses. Enquanto isso, disse que manteria as sanções vigentes.
A declaração desta segunda-feira ocorre um dia depois de os governistas do bloco realizarem uma cúpula na Nigéria.
O ECOWAS suspendeu a Guiné do bloco e impôs sanções a membros da junta e seus familiares em represália pelo golpe de 5 de setembro, que depôs o presidente Alpha Condé.
O líder da junta, Mamady Doumbouya, instalou-se como presidente de transição e formou um governo com Mohamed Beavogui, ex-subsecretário-geral da ONU, como primeiro-ministro da transição.
Doumbouya, de 41 anos, prometeu devolver o poder aos civis, mas tem se negado a definir um calendário.
Enquanto isso, o ECOWAS comemorou a notícia de libertação de Condé após 12 meses de detenção. Segundo informações publicadas na imprensa, ele continua sob vigilância, mas está com a esposa em um subúrbio da capital, Conacri.
Em 2010, Condé se tornou o primeiro governista eleito democraticamente na Guiné, mas no ano passado provocou grandes protestos ao modificar a Constituição para tentar um terceiro mandato.
Embora tenha sido reeleito, seus críticos denunciaram a votação como fraudulenta.
* AFP