A União Africana (UA) anunciou, nesta sexta-feira (10), a suspensão da Guiné de todas as suas atividades e órgãos decisórios, após o golpe militar do último domingo (5) neste país da África Ocidental.
"O Conselho de Paz e Segurança (...) decide suspender a República da Guiné de todas as atividades/órgãos decisórios da UA", tuitou este órgão encarregado de mediar conflitos e lidar com os temas de segurança dentro da UA.
Há dois dias, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tomou uma decisão similar.
Além disso, a organização pan-africana, com sede na capital etíope, Addis Abeba, pede ao Conselho de Segurança da ONU que "aprove o comunicado final da CEDEAO".
Na quarta-feira (8), a CEDEAO anunciou a suspensão da Guiné e o envio de uma missão diplomática ao país, mas não se pronunciou sobre sanções econômicas.
Composta por ministros das Relações Exteriores de quatro países e pelo presidente da comissão da CEDEAO, Jean-Claude Kassi Brou, a missão chegou nesta sexta-feira à capital da Guiné, Conacri.
A CEDEAO também "exigiu que se respeite a integridade física", assim como a "libertação imediata" do presidente Alpha Condé. Ele foi capturado pelos golpistas no domingo.
Lideradas por seu comandante, o tenente-coronel Mamady Doumbouya, as forças especiais guineanas anunciaram no domingo a capturada do chefe de estado. Segundo os rebelados, o objetivo é acabar com a "má gestão financeira, com a pobreza e com a corrupção endêmica", assim como com "a instrumentalização da Justiça e o atropelo dos direitos dos cidadãos".
Desde então, dissolveram o governo e as instituições. Também aboliram a Constituição adotada por Condé em 2020. A nova Carta Magna permitiu-lhe concorrer a um terceiro mandato no ano passado, apesar dos multitudinários protestos em contrário.
* AFP