O prêmio Rafto foi entregue nesta quinta-feira (23)ao Grupo de Análise de Dados de Direitos Humanos (HRDAG), uma ONG científica que facilita a investigação de violações de direitos humanos por meio do uso de estatísticas.
"Por meio de estatísticas e da ciência de dados, [o HRDAG] traz à luz violações dos direitos humanos em grande escala que, do contrário, passariam despercebidas", justificou a Fundação Rafto.
"Esta abordagem inovadora permitiu aos tribunais levar os responsáveis à Justiça e ajudar as vítimas afetadas e suas famílias a virarem a página", disse a fundação norueguesa.
Fundado em 1991 pelo americano Patrick Ball, o HRDAG reúne um pequeno grupo de especialistas em informática, desenvolvimento de software, estatística e demografia, representando "uma nova geração de defensores dos direitos humanos".
Desde seu início, em El Salvador, onde seus dados documentando abusos de direitos forçaram a demissão de 100 militares, o HRDAG trabalhou no Chade, Sri Lanka, Kosovo e em casos de abuso policial nos Estados Unidos.
Em colaboração com a Anistia Internacional, o HRDAG documentou, por exemplo, que 25% das mortes nas prisões sírias não eram oficiais.
Em seu site, o HRDAG diz estar convencido de que "a verdade é garantia de responsabilidade", após massacres, genocídios, limpeza étnica, ou tortura, ou crimes extrajudiciais e desaparecimentos forçados.
"Sabemos que nosso trabalho de análise de dados é apenas uma das muitas abordagens de direitos humanos para investigar a verdade", afirmam.
Seu trabalho tem sido usado por comissões da verdade, tribunais penais internacionais, ONGs de direitos humanos, missões da ONU, entre outros.
Dotado de US$ 20.000, o Prêmio Rafto será entregue formalmente em Bergen, no oeste da Noruega, em 14 de novembro. O prêmio leva o nome do historiador e ativista de direitos humanos norueguês Thorolf Rafto.
* AFP