Pelo menos 22 policiais ficaram feridos nesta quinta-feira(19) em confrontos com manifestantes que bloquearam uma estrada na Guatemala. O novo protesto exigia a renúncia do presidente Alejandro Giammattei e da procuradora-geral, acusados de corrupção.
O confronto ocorreu no município de Camotán, próximo à fronteira com Honduras, quando os agentes tentavam negociar com os manifestantes indígenas chortí para "permitir a passagem de uma ambulância", disse à AFP Edwin Monroy, porta-voz da polícia.
Durante o confronto "22 policiais ficaram feridos", acrescentou o oficial. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram um grupo de pessoas atirando pedras nos agentes, que responderam com gás lacrimogêneo.
Até agora, nenhum manifestante ferido foi registrado, mas meios de comunicação locais relataram algumas pessoas afetadas pelo gás.
O bloqueio fez parte do apelo de organizações indígenas, sociais e universitárias que pressionam pela renúncia de Giammattei, denunciado pela corrupção no governo e por seu enfrentamento da pandemia, que já deixou mais de 11 mil mortos.
Já a procuradora-geral Consuelo Porras é acusada de não combater a impunidade. A principal acusação contra ela é a demissão, no final de julho, de Juan Francisco Sandoval, chefe da Promotoria Especial contra a Impunidade (Feci), reconhecido como "herói anticorrupção" pelos Estados Unidos.
O afastamento de Sandoval, que mais tarde deixou o país alegando que sua integridade estava em risco, gerou protestos. Sandoval disse que lhe foi solicitado não investigar Giammattei sem o consentimento de Porras.
O caso fez com que Washington congelasse a ajuda ao Ministério Público após "perder a confiança" na procuradora-geral.
Na Cidade da Guatemala, a capital, dezenas de manifestantes bloquearam uma avenida principal por algumas horas e depois protestaram em frente ao Congresso.
Embora o protesto tenha permanecido pacífico, um grupo de vendedores do mercado La Terminal, partidário de Giammattei, ameaçou os manifestantes com paus e outros objetos para abrir caminho.
Na quarta-feira, a agência de notícias estatal AGN afirmou que os vendedores do mercado, o maior do país, criticaram os bloqueios contra o presidente porque afetaram suas vendas.
A polícia informou que os manifestantes liberaram outra rodovia bloqueada no município de Pajapita, perto da fronteira com o México, sem incidentes.
* AFP