Centenas de manifestantes fecharam nesta quinta-feira (5) cinco trechos de rodovias em diferentes regiões da Guatemala para insistir na renúncia do presidente, Alejandro Giammattei, e da procuradora-geral, Consuelo Porras, acusados de promover a corrupção e a impunidade no país.
Os manifestantes bloquearam o tráfego de veículos em estradas dos departamentos de Alta Verapaz (norte), San Marcos (oeste), Chiquimula (leste), Suchitepéquez (sul) e uma rua importante no centro da capital, Cidade da Guatemala, reportou a estatal Direção Geral de Proteção e Segurança Viária (PROVIAL).
Outro boletim indica que também foram fechadas rodovias nos departamentos de Retalhuleu (sul) e Sololá (oeste) para pedir a demissão de Giammattei e Porras.
"Até caírem" foi o lema dos protestos convocados por organizações indígenas, coletivos sociais e estudantes universitários, que repetiram, em menor escala, o fechamento de estradas ocorrido há uma semana, quando milhares bloquearam cerca de vinte vias em nível nacional e centenas protestaram na capital.
"A situação do país piora nas mãos do Pacto de Corruptos e por isso a resistência continua", destacou em um comunicado o grupo de estudantes da Universidade Rafael Landívar, privada.
Os protestos que exigem a renúncia de Giammattei e Porras esfriaram depois que a procuradora-geral destituiu no fim de julho Juan Francisco Sandoval, chefe da Promotoria Especial contra a Impunidade (FECI).
Sandoval, reconhecido pelos Estados Unidos como um "campeão anticorrupção", declarou, após ter sido removido do cargo, que encontrou muitos obstáculos em seu trabalho e que pediram-lhe que não investigasse o presidente Giammattei sem o consentimento de Porras.
O ex-promotor fugiu posteriormente para os Estados Unidos, país que perdeu a "confiança" em Porras e congelou a ajuda ao Ministério Público (MP, Procuradoria).
"Exigimos a renúncia de Consuelo Porras e do presidente Alejandro Giammattei", destacaram em um cartaz as autoridades indígenas no bloqueio da capital, onde os manifestantes liberaram o tráfego depois de quatro horas de fechamento após denunciarem o assédio de dezenas de policiais com a tropa de choque.
Na terça-feira, Porras nomeou à frente do FECI Rafael Curruchiche, ex-promotor de Crimes Eleitorais, acusado de perseguir opositores políticos e promover a impunidade.
"Quem mais [no cargo] que Rafael Curruchiche, que representa os interesses dos corruptos", destacou o ex-promotor Sandoval em um vídeo publicado em sua conta no Twitter. Do "exílio", ele alertou que "a intenção dos perversos é prolongar o reino da impunidade".
* AFP