O grupo islâmico Jemaah Islamiya (JI), responsável pelos letais atentados em Bali em 2002, preparava um novo ataque durante as celebrações da festa da Independência da Indonésia nesta semana - anunciou a polícia nesta sexta-feira (20).
Na semana passada, a brigada antiterrorismo indonésia prendeu 53 supostos extremistas em várias províncias, disseram as autoridades.
Alguns dos detidos garantiram que sua organização, o grupo Jemaah Islamiya, havia planejado um atentado para o feriado nacional da Independência, em 17 de agosto, acrescentaram.
"O Jemaah Islamiya preparava um ataque terrorista no dia da Independência, segundo alguns suspeitos", afirmou o porta-voz da Polícia Nacional, Argo Yuwono, nesta sexta, sem dar mais detalhes.
De acordo com a mesma fonte, armas e munições foram apreendidas.
O JI quase foi desmantelado pelas autoridades após os ataques de Bali, os mais letais da história da Indonésia, com saldo de mais de 200 mortos, incluindo muitos estrangeiros.
A organização se reconstruiu, e seu líder religioso, Abu Bakar Bashir, deixou a prisão este ano, após cumprir pena por financiar campos de treinamento islâmicos.
"Eles reativaram seu desenvolvimento, recrutando, coletando fundos e reforçando sua logística e seu armamento", disse à AFP uma autoridade antiterrorista que pediu para não ser identificada.
Esse grupo ligado à rede Al-Qaeda criou células em vários países do Sudeste Asiático e enviou extremistas para lutarem no Iraque e na Síria. Podem fazer o mesmo no Afeganistão, depois que os talibãs tomaram o poder.
Também se atribui à organização o atentado com carro-bomba contra o hotel JW Marriott, em Jacarta, em 2003, e um outro ataque suicida cometido com um veículo, em frente à embaixada australiana.
País com a maior população muçulmana do mundo, a Indonésia abriga dezenas de organizações extremistas, incluindo algumas leais ao grupo Estado Islâmico (EI).
* AFP