Os homens armados que sequestraram, na madrugada de segunda-feira (5), mais de 100 alunos de uma escola do ensino médio no noroeste da Nigéria pediram, nesta quarta-feira (7), doações para que possam alimentar os reféns, enquanto esperam a liberação do resgate - revelaram as autoridades.
"Os sequestradores entraram em contato com a escola, garantindo que ainda detinham 121 alunos", informação diferente do primeiro balanço que indicava 140 estudantes do ensino médio sequestrados, declarou Wakili Madugu, vice-diretor da escola Bethel, na localidade de Chikun, no estado de Kaduna.
"Eles também pediram comida, arroz, feijão e óleo para alimentar os adolescentes durante a detenção", acrescentou, indicando que os funcionários da escola estavam em discussão com os órgãos de segurança para definir sua estratégia de ação.
"Estamos fazendo tudo ao nosso alcance para libertá-los", disse Magudu.
Um professor da escola, Emmanuel Paul, também confirmou que os criminosos fizeram contato diversas vezes para pedir comida para os alunos do ensino médio, mantidos em um local desconhecido.
Grupos criminosos, comumente chamados de "bandidos" pelas autoridades, aterrorizam as populações do noroeste e centro da Nigéria. Eles atacam aldeias, roubam gado e sequestram personalidades locais, ou viajantes, para obter o pagamento de resgate.
Eles operam, principalmente, em campos localizados na floresta de Rugu, que abrange os estados nigerianos de Zamfara, Katsina, Kaduna e áreas do Níger.
Recentemente, esses grupos criminosos lançaram ataques contra escolas e universidades, realizando sequestros em massa de estudantes e exigindo somas de até várias centenas de milhares de dólares para a libertação de cada grupo.
A crescente insegurança se tornou um verdadeiro flagelo nos últimos meses no norte da Nigéria. Desde o início de dezembro, mais de mil crianças, adolescentes e estudantes foram sequestrados. Alguns deles ainda estão nas mãos de seus sequestradores.
Nenhum responsável por esses atos foi preso, ou julgado em tribunal.
O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, ordenou na segunda-feira que o Exército, a polícia e os serviços de Inteligência trabalhassem pela rápida libertação de todas as vítimas sequestradas, mas o chefe de Estado é fortemente criticado por sua gestão catastrófica da situação econômica e de segurança.
* AFP