Milhares de milicianos iraquianos membros do Hashd al Shaabi e seus seguidores participaram, nesta terça-feira (29), em Bagdá, de um funeral simbólico pelos mortos durante uma incursão americana contra esta coalizão militar pró-iraniana.
Na madrugada de segunda-feira, os Estados Unidos lançaram ataques contra essas milícias em resposta às ofensivas contra seus interesses no Iraque.
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os ataques destruíram um depósito e uma posição de milícias iraquianas membros do Hashd al Shaabi perto da cidade de Bukamal, no leste da Síria, não muito longe da fronteira com o Iraque.
Sob os gritos "Morte aos Estados Unidos" e "Vingança pelos mártires", milhares de pessoas se reuniram no bairro Khadiriya, próximo à Zona Verde, um setor fortificado da capital, onde ficam as embaixadas dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha.
Participaram desta cerimônia simbólica dirigentes do Hashd al Shaabi, líder do movimento antiamericano no Iraque. Entre eles, estavam Faleh al Fayad, Hadi al Amiri e o conselheiro de Segurança Nacional do Irã, Qasem al Aaraji.
Escoltados por veículos que transportavam homens armados vestidos de preto, os participantes ergueram faixas que diziam: "Mirar no Hashd al Shaabi deve acelerar a retirada das tropas americanas do país".
Fotos do general Qassem Soleimani, artífice da estratégia iraniana para o Oriente Médio, e seu primeiro-tenente iraquiano, Abu Mehdi al Muhandis, foram colocadas em carros que precederam o comboio.
Ambos foram mortos em 3 de janeiro de 2020, em um ataque de drones ordenado pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, perto do aeroporto internacional de Bagdá.
Durante uma visita a Roma na segunda-feira (28), o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que os ataques noturnos de seu país contra as milícias pró-iranianas no Iraque e na Síria eram uma mensagem "forte" para prevenir qualquer novo ataque contra os interesses dos Estados Unidos.
Em Bagdá, porém, o primeiro-ministro Mustafa al Kazimi denunciou uma "violação flagrante da soberania iraquiana", ao mesmo tempo em que pediu que "se evite a escalada".
* AFP