Bagdá libertou, nesta quarta-feira (9), um comandante do Hashd al Shaabi, duas semanas após sua detenção, que provocou uma demonstração de força desta coalizão paramilitar integrada ao Estado, relançando o debate sobre a capacidade das autoridades para conter os pró-iranianos.
Preso em 26 de maio sob suspeita de ter ordenado o recente assassinato de uma figura do protesto contra o governo, Qassem Muslah caminhou rodeado por seus partidários pelos santuários xiitas de Kerbala, sua cidade sagrada, localizada a cerca de 100 km ao sul de Bagdá, constataram jornalistas da AFP.
"Os juízes fizeram justiça, completaram sua investigação e concluíram que ele tinha que ser libertado", declarou à AFP Muslah, uma das figuras mais destacadas entre os pró-iranianos do Iraque.
Por sua vez, um alto funcionário denunciou o papel dos magistrados em um dos países mais corruptos do mundo, onde frequentemente os tribunais são acusados de decidirem a favor de quem pagou subornos ou de se beneficiarem do apoio de partidos e grupos armados.
"O governo apresentou todas as provas disponíveis contra ele, mas os juízes decidiram deixá-lo em liberdade pelas pressões que sofrem", disse à AFP o funcionário, sob condição de anonimato.
Em um comunicado, o Conselho Supremo Judicial afirmou que comprovou que Muslah "não se encontrava no Iraque no momento do assassinato de Uazni", e também não obteve "nenhuma prova de seu envolvimento".
* AFP