A Comissão Eleitoral etíope anunciou nesta quinta-feira (20) que as eleições legislativas, nacionais e regionais, serão realizadas em 21 de junho, depois de terem sido adiadas duas vezes.
A votação é crucial para o primeiro-ministro Abiy Ahmed e seu governo.
O segundo país mais populoso da África deveria ter votado inicialmente em agosto de 2020, mas as eleições foram adiadas até 5 de junho de 2021 devido ao coronavírus.
No sábado passado, a Comissão anunciou um novo adiamento da votação devido aos obstáculos logísticos, sem estabelecer imediatamente um novo calendário.
A data de 21 de junho foi revelada nesta quinta-feira em uma coletiva de imprensa pela porta-voz da Comissão Eleitoral, Solyana Shimeles, após realizar consultas com o governo de Abiy, os partidos da oposição e as autoridades regionais desse país federal.
Ao chegar ao poder em 2018, Abiy prometeu organizar as eleições mais democráticas que a Etiópia já viu.
Mas o chefe do Executivo, Prêmio Nobel da Paz 2019, que precisa desta eleição para alcançar um apoio verdadeiramente popular, enfrenta agora uma série de crises profundas.
A região do Tigré (norte), onde o Exército federal iniciou há seis meses uma intervenção militar para destituir as autoridades locais, não participará nas eleições.
Até o momento, cerca de 36 milhões de eleitores se inscreveram no país, mas em algumas áreas afetadas pela violência étnica, incluindo as regiões mais populosas do país, Oromia e Amhara, ninguém se registrou.
Os deputados elegem o primeiro-ministro, que é o chefe de governo, assim como o presidente, que tem papel essencialmente simbólico.
Vários partidos da oposição, incluindo um partido da região de Oromia, anunciaram que vão boicotar as eleições, alegando que seus candidatos foram detidos e seus escritórios vandalizados.
* AFP