Um total de 33 soldados malineses morreram na segunda-feira no nordeste do país, perto das fronteiras com Burkina Faso e Níger, segundo um novo balanço divulgado nesta quarta-feira (17) do ataque mais mortal atribuído aos extremistas islâmicos contra as forças de segurança do país neste ano.
O ataque aconteceu ao meio-dia de segunda-feira contra o posto militar de Tessit, a sudoeste de Ansongo.
O posto caiu em uma emboscada armada por 100 homens a bordo de SUVs e motocicletas, informou o Exército nas redes sociais.
O Estado-maior reportou 33 mortos e 14 feridos, o balanço oficial mais recente. Um político local, no entanto, menciona 34 soldados mortos.
Vinte jihadistas foram encontrados mortos no terreno, informou o Estado-maior.
O Exército malinense sofreu centenas de baixas em ataques nos últimos anos.
- Zona de três fronteiras -
Desde 2012 e após a insurreição de rebeliões separatistas e, depois, de extremistas islâmicos no norte, o Mali mergulhou em uma espiral de violência que deixou milhares de civis e combatentes mortos, além de centenas de milhares de deslocados. E isso apesar do apoio da comunidade internacional e da intervenção das forças da ONU, africanas e francesas.
A crise se estendeu a Burkina Faso e Níger.
Na segunda-feira, 58 pessoas morerram no oeste do Níger em ataques atribuídos a extremistas contra civis que voltavam do mercado e contra uma aldeia, a 100 quilômetros de Mali, nessa mesma área conhecida como "as três fronteiras".
Essa região, palco de mortíferas ações de grupos afiliados à Al-Qaeda e à organização Estado Islâmico (EI), é alvo, desde janeiro de 2020, de um grande esforço militar da força francesa Barkhane e de seus sócios no Sahel - sobretudo, contra o Estado Islâmico do Grande Saara (EIGS).
A França diz ter infligido importantes reveses ao EIGS, assim como à Al-Qaeda e suas afiliadas, também ativas no Sahel.
O setor de Ansongo, onde aconteceu a emboscada na segunda-feira, é considerado mais uma área onde o EI está atuando.
No centro do Mali, outro foco de violência no Sahel, dez soldados malineses foram mortos em 3 de fevereiro em um ataque a seu posto em Boni.
A operação foi atribuída ao Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM), uma aliança extremista ligada à Al-Qaeda, segundo o órgão de propaganda da própria rede.
* AFP