Forças etíopes dispararam contra uma equipe da ONU na região do Tigré porque a comitiva ignorou as instruções para parar em um posto militar, disse nesta terça-feira (8) um porta-voz oficial.
"Alguns membros da equipe da ONU foram detidos e outros receberam disparos", informou Redwan Hussein.
"Contornaram dois postos de controle para dirigir seus veículos onde não tinham autorização e depois de serem informados que não podiam ir. Quando estavam prestes a pular o terceiro, foram baleados e presos", explicou.
Este tiroteio ocorreu em um momento em que os membros da ONU e das agências de ajuda humanitária continuam buscando acessar o norte da Etiópia, mais de uma semana após o fim dos combates, em 28 de novembro.
Durante uma coletiva de imprensa na capital Adís Abeba, Redwan insistiu que a equipe da ONU foi culpada pelo incidente ocorrido no domingo perto da cidade de Shire, afirmando que "se lançaram em uma espécie de expedição aventureira".
"Este país não é 'terra de ninguém'. Tem um governo", afirmou.
"Se é dito a alguém que não vá, então deve acatá-lo. Não se pode ignorar uma advertência governamental e depois tentar passar por cima de todos", acrescentou.
Milhares de pessoas morreram nos combates iniciados em 4 de novembro entre forças governamentais e leais ao Frente de Libertação do Povo do Tigré (TPLF), separatista.
Quase 50.000 civis fugiram para o Sudão, enquanto cerca de 600.000 que vivem no Tigré dependem da distribuição de alimentos, inclusive desde antes de começarem os confrontos armados.
* AFP