Sete homens foram condenados na Irlanda do Norte nesta sexta-feira (13) por 50 crimes "terroristas" relacionados com grupos paramilitares republicanos dissidentes, informou a polícia.
Os homens, com idades entre 36 e 76 anos, se declararam culpados em janeiro de uma "série de crimes terroristas" em meio a uma operação de escuta telefônica realizada em 2014 pelo MI5 - o serviço de Inteligência britânico - e os serviços regionais, destacou a polícia em um comunicado.
Esses crimes vão desde "participação em uma organização proibida, planejamento de atos terroristas, preparação para a aquisição de explosivos ou armas de fogo, até compilação de informação e fornecimento de treinamento terrorista", acrescentou.
Estão vinculados ao IRA da Continuidade, um grupo paramilitar dissidente contrário ao acordo de 1998 que encerrou três décadas de um conflito violento entre republicanos católicos e unionistas protestantes.
Segundo o policial Raymond Murray, a organização planejava roubar homens de negócios através da intimidação, destruição de bens ou sequestros.
"Estavam decididos a construir uma rede de pessoas com ideias comuns a ambos os lados da fronteira (com a vizinha República da Irlanda) para realizar ataques à polícia e intimidar qualquer um que se opusesse a eles", acrescentou.
No mês passado, o comitê parlamentar sobre Inteligência e segurança alertou sobre o possível ressurgimento do "terrorismo vinculado à Irlanda do Norte" e estimou que toda nova infraestrutura fronteiriça instalada na Irlanda após o Brexit seria "alvo" de ataques.
Essa infraestrutura teria uma importância "simbólica para os grupos republicanos dissidentes e seria utilizada inevitavelmente como instrumento de recrutamento", afirmou o comitê, destacando que esses grupos "continuam recrutando novos membros, inclusive jovens".
* AFP