SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Nova Zelândia, um dos países mais bem-sucedidos no combate à Covid-19, anunciou nesta terça-feira (11) o registro das primeiras infecções por transmissão local da doença em 102 dias, o que levou a primeira-ministra Jacinda Ardern a impor um confinamento em Auckland, a maior cidade do país.
Ardern disse que foram detectados quatro casos de origem desconhecida em uma família da cidade. Entre as pessoas contaminadas estão um homem com idade em torno de 50 anos e uma criança em idade pré-escolar, mas que não frequenta creche.
"Depois de 102 dias, temos nossos primeiros casos de Covid-19 fora dos centros de quarentena. Apesar de termos trabalhado de modo incrivelmente duro para prevenir esse cenário, também nos preparamos para isso", afirmou a chefe de governo.
As medidas, consideradas de nível 3 no país, entrarão em vigor às 12h de quarta (12), na hora local (21h de terça, 11, em Brasília), e vão ao menos até sexta (14). Apenas funcionários de áreas essenciais poderão trabalhar fora de casa. Escolas ficarão fechadas, mas receberão filhos de trabalhadores essenciais.
Espaços públicos, bares, restaurantes, museus e escritórios serão fechados. Supermercados e farmácias seguirão abertos. O acesso à cidade de Auckland será restrito a moradores. Ardern pediu que não haja uma corrida às compras. "Vocês poderão até pegar um café para viagem [nos próximos dias]", disse.
"Sei que essa informação é difícil de receber. Como um time, já estivemos nisso antes. Sabemos que, se tivermos um plano e seguirmos nele, podemos superar situações muito difíceis."
Segundo a primeira-ministra, o resto do país será colocado no chamado nível 2, o que veta reuniões com mais de cem pessoas, entre outras medidas.
Um "lockdown" também foi adotado em uma comunidade para idosos em Christchurch, após alguns moradores apresentarem problemas respiratórios.
A Nova Zelândia adotou um "lockdown" de nível 4 entre 25 de março e 27 de abril. Depois, ficou no nível 3 até 13 de maio. Desde 9 de junho, estava no nível 1, com poucas medidas de restrição.
O país, considerado um exemplo mundial de combate ao novo coronavírus, teve 1.570 casos e 22 mortes desde o início da pandemia, em uma população de 4,8 milhões de pessoas.