Confira a seguir os principais grupos armados do Mali, onde as autoridades lutam contra uma insurgência jihadista e conflitos entre comunidades étnicas.
- Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM) -
O GSIM assumiu a responsabilidade pelos maiores ataques no Sahel desde seu surgimento oficial em 2017. Ele foi colocado na lista negra dos Estados Unidos de organizações terroristas em setembro de 2018.
Composto por vários grupos jihadistas ligados à Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQIM), a aliança GSIM é liderada por um tuaregue do Mali, Iyad Ag Ghaly, um islamita com 29 anos.
Os componentes do GSIM incluem o Ansar Dine de Ag Ghaly, um grupo que em 2012 tomou o norte do Mali antes de ser expulso por uma força internacional liderada pela França. Outros são os chamados Katiba Macina, liderados por um pregador radical Fulani, Amadou Koufa; e o autodenominado Emirado do Saara do jihadista argelino Mokhtar Belmokhtar, um ex-líder do AQIM.
- Estado Islâmico no Grande Saara (ISGS) -
Uma facção local do grupo autodenominado Estado Islâmico (EI), o ISGS atua principalmente na região nordeste de Menaka, no Mali, e no outro lado da fronteira, no Níger. O grupo ganhou destaque mundial após uma emboscada em Tongo Tongo, no Níger, em 2017, que tirou a vida de quatro forças especiais dos Estados Unidos e quatro soldados nigerianos.
Seu líder é Adnan Abu Walid al-Sahraoui, cujo nome de guerra deriva de sua terra natal no Saara Ocidental. A história da militância de Al-Sahraoui remonta aos combates na Frente Polisário, que visa a acabar com o controle marroquino sobre o Saara Ocidental.
Ele se tornou um líder do Movimento pela Unidade e Jihad na África Ocidental (MUJAO), que depois se fundiu com o grupo Belmokhtar, formando o Al-Mourabitoun.
Em 2015, ele rompeu com Belmokhtar para declarar lealdade ao grupo Estado Islâmico (EI).
- Grupos de 'autodefesa' -
Os chamados grupos de autodefesa, criados para proteger comunidades sitiadas, proliferaram no mosaico étnico do centro do Mali, com consequências sangrentas.
Suas origens remontam a 2015 com o surgimento de um grupo armado inspirado por Amadou Koufa, um pregador radical e jihadista veterano.
O grupo recrutou principalmente entre os Fulani, um grupo étnico composto principalmente por pastores seminômades.
Os ataques às comunidades Bambara e Dogon, que são na maioria agricultores e caçadores sedentários, levaram esses grupos a criar organizações de "autodefesa".
Aparentemente por ação desses grupos, cerca de 160 Fulani foram mortos em março passado em Ogossagou, perto da fronteira com Burkina Faso, enquanto em junho cerca de 75 Dogons foram mortos em Sobane Da, Gangafani e Yoro.
Os acordos sobre o fim das hostilidades nas regiões de Mopti e Segou foram assinados no início de agosto por uma dúzia desses grupos armados.
* AFP