A dirigente birmanesa Aung San Suu Kyi defendeu nesta quinta-feira a prisão de dois jornalistas da agência Reuters condenados a sete anos por investigar o massacre dos muçulmanos rohingyas pelo Exército de Myanmar, rompendo seu silêncio sobre o caso.
"Não foram julgados por serem jornalistas, mas por terem infringido a lei", declarou Kyi durante o Foro Econômico Mundial da Associação das Nações do Sudeste Asiático, em Hanói.
"Se você acredita no Estado de direito, eles [os jornalistas] têm todo o direito de recorrer da sentença", acrescentou a líder da fato de Myanmar.
A prêmio Nobel da Paz foi alvo de muitas críticas no exterior por calar sobre este caso.
A justiça de Myanmar condenou a sete anos de prisão os jornalistas Wa Lone, de 32 anos, e Kyaw Soe Oo, 28, por violação da lei sobre segredos de Estado.
Aung San Suu Kyi admitiu que o Exército birmanês poderia ter "administrado melhor" a crise dos rohingyas, que provocou o êxodo para Bangladesh de 700 mil membros desta minoria muçulmana.
"A situação poderia ter sido melhor administrada", declarou Kyi à margem do Foro Econômico de Hanói, comentando as acusações de "genocídio" formuladas contra o Exército birmanês por investigadores da ONU no final de agosto.
* AFP