A oposição venezuelana iniciou nesta terça-feira (12) consultas para escolher um candidato único às eleições presidenciais de 2018 e superar seus rachas, informou o deputado Luis Florido.
O encontro, em particular, reúne representantes dos principais partidos da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) e um dos grupos minoritários, disse Florido a correspondentes estrangeiros.
O primeiro objetivo é a definição de "eleições primárias para decidir o candidato" da MUD às presidenciais, nas quais Maduro quer um segundo período de seis anos.
Também tentam entrar em consenso sobre "um programa para esse candidato, uma plataforma de defesa do voto e uma estratégia" diante da possibilidade de que as eleições - previstas para o fim de 2018 - sejam adiantadas para o primeiro trimestre, detalhou o parlamentar.
Trata-se de "recompor tudo o que tivermos que recompor dentro da MUD", sustentou, fazendo alusão a divisões na aliança por seu revés nas votações de 15 de outubro e a decisão dos partidos majoritários de ser marginalizarem das municipais do último domingo, nas quais o chavismo voltou a ter um ótimo resultado.
A coalizão também aprofundou seus rachas pelas negociações que empreendeu com o governo de Maduro em 1º de dezembro na República Dominicana para resolver a grave crise política e econômica.
Após a primeira rodada de diálogos, que terminou em 2 de dezembro, as partes se reencontrarão na próxima sexta-feira com o acompanhamento dos governos de México, Chile, Bolívia, Nicarágua, São Vicente e Granadinas, e República Dominicana, além do ex-chefe de governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero.
Negociador da MUD, Florido reiterou que a principal demanda opositora é que as presidenciais contem com garantias de transparência, incluindo a reforma do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), acusado de estar sob controle do governo.
"A chave da paz passa por um CNE equilibrado", assegurou o legislador, sustentando que a oposição leva a sério a ameaça de Maduro de excluir os partidos que se negaram a participar da recente eleição de prefeitos.
"Temos que nos preparar para qualquer evento. Sempre levamos as ameaças a sério", disse.
Florido recordou que os grupos políticos só podem ser inabilitados se deixarem de participar de duas eleições presidenciais consecutivas.
O deputado descartou que a MUD possa satisfazer a exigência do governo de interceder ante os Estados Unidos para retirar as sanções econômicas contra o país.
"Nós são colocamos as sanções. Na Assembleia Nacional fazemos diplomacia parlamentar", expressou ante a acusação de que as medidas que proíbem negociar a nova dívida da Venezuela e de sua petroleira Pdvsa foram pedidas pela oposição.
* AFP