A França de Kylian Mbappé defenderá seu título na final da Copa do Mundo contra a Argentina de Lionel Messi no próximo domingo (18), após vencer nas semifinais o Marrocos por 2 a 0 nesta quarta-feira no estádio Al-Bayt, em Al-Khor.
O time do técnico Didier Deschamps pode entrar para a história do Mundial: apenas duas seleções conseguiram ate agora dois títulos consecutivos, o Brasil de Pelé (1958 e 1962) e a Itália na era fascista (1934 e 1938).
"É incrível jogar duas finais de Copa seguidas, fizemos um ótimo trabalho", comemorou em entrevista ao canal TF1 Theo Hernández, autor do primeiro gol dos 'Blues' contra os 'Leões do Atlas'.
"Há uma emoção, um orgulho. Obviamente hoje foi um degrau importante. Mas ainda falta o último", disse por sua vez Deschamps.
Apesar da derrota, os marroquinos também fizeram história: nenhum país africano tinha chegado antes às semifinais.
"Demos tudo e isso é o mais importante (...) Esta derrota não apaga o que conquistamos", ressaltou o técnico da seleção marroquina, Walid Regragui. "Para chegar ao mais alto nível, para termos chances de ganhar uma Copa do Mundo, teremos que continuar trabalhando, mas não estamos muito longe".
Incentivados por seus torcedores, claramente maioria no estádio Al-Bayt, os marroquinos não facilitaram a vida dos franceses.
Mesmo saindo atrás no placar logo aos cinco minutos de jogo, com um gol de Hernández, eles dominaram boa parte da partida, especialmente no segundo tempo, contra uma França que parecia fisicamente desgastada enquanto surgiam dúvidas sobre a doença que afetou alguns jogadores do elenco nos últimos dias.
Os 'Bleus' perderam dois titulares para o duelo: o meia Adrien Rabiot, que ficou no hotel, e o zagueiro Dayot Upamecano, que viu o jogo do banco de reservas.
Sob o olhar do presidente Emmanuel Macron, os atuais campeões mundiais respiraram aliviados com o gol de Randal Kolo Muani, que marcou um minuto depois de entrar em campo no lugar de Dembelé.
- Torcedores na Champs-Elysées -
Na avenida Champs-Élysées de Paris, em Bordeaux, Lyon e em Marselha, a classificação da França para a final do Mundial do Catar foi comemorada nesta quarta-feira por milhares de torcedores.
"Estamos na final, estamos na final", cantavam centenas de torcedores que se encontraram espontaneamente, apesar do frio, na famosa avenida parisiense, enquanto os carros buzinavam.
Em Bordeaux, a Praça da Vitória foi tomada pelas comemorações depois do apito final.
"Estamos felizes pela França", disse Hossam Boutalah, um estudante de 20 anos com a bandeira marroquina nas costas. "Afinal, somos irmãos, estamos juntos. Este é o nosso segundo país. O Marrocos jogou bem e mereceu marcar um gol."
Rabat, a capital marroquina, não viveu as explosões de alegria dos jogos anteriores da seleção, mas a campanha fantástica no Catar foi celebrada com buzinaços e festas.
- Duelo Messi-Mbappé -
Das 64 partidas desta polêmica Copa do Mundo, realizada em meio a críticas a respeito dos direitos humanos no Catar, restam apenas duas.
Primeiro acontece a disputa pelo terceiro lugar, no sábado, entre Croácia e Marrocos, uma repetição do confronto pela fase de grupos (0 a 0 em 23 de novembro).
Mas o grande jogo será no domingo, com o duelo entre duas equipes que se mostravam favoritas por natureza, que coloca frente a frente duas estrelas que brilham no Paris Saint-Germain.
De um lado, Lionel Messi, sete vezes Bola de Ouro, com quem grande parte do planeta sonha levantando a taça mais importante do futebol.
Do outro, Kylian Mbappé, que confirma seu status de fenômeno, com os seus cinco gols no torneio (nove ao todo, com os quatro marcados em 2018), e pode se tornar o primeiro jogador bicampeão mundial antes dos 24 anos desde ninguém menos que o Rei Pelé.
* AFP