Há apenas dez anos, o francês PSG e o alemão RB Leipzig estavam longe da elite europeia. Mas nesta terça-feira (16h00 hora de Brasília), a ambiciosa equipe parisiense e o surpreendente esquadrão alemão se enfrentarão em busca de uma vaga na sua primeira final a Liga dos Campeões.
Este será o primeiro dos dois confrontos franco-alemães nas semifinais da principal competição europeia, já que o Lyon e o Bayern de Munique se enfrentam na quarta na luta pela outra vaga na final.
A partida entre o Paris Saint-Germain e o RB Leipzig levará a campo dois projetos relativamente novos que colocaram em questão a hegemonia dos grandes clubes do continente.
Pela primeira vez desde 2005, nem Lionel Messi nem Cristiano Ronaldo, vencedores de nove das últimas 15 edições com os respectivos clubes, vão estar presentes nas semifinais, que este ano também não contará com nenhum representante inglês, espanhol ou italiano, algo que não ocorre desde 1996.
Na ausência de Real Madrid, Milan, Liverpool ou Barcelona, apenas o Bayern resiste ao surgimento das novas potências europeias, encarnadas no PSG de Neymar e na versão Red Bull de Leipzig.
Embora o clube parisiense tenha acabado de completar cinquenta anos e tenha chegado a uma semifinal em 1995, foi após a chegada dos investidores do Catar que mudou de tamanho. Uma época que coincide com a fundação de Leipzig ... em 2009.
No espaço de uma década, o clube da Alemanha Oriental passou da quinta divisão nacional à elite europeia graças ao apoio da multinacional Red Bull e a uma política esportiva focada na detecção de jovens talentos.
Prova da sua sede de reconhecimento junto do grande público, o clube ganhou a maior visibilidade publicitária nas ruas da capital portuguesa antes do início das quartas de final, com o objetivo de se tornar conhecido do grande público.
- Reencontros -
Além do simples duelo entre duas ambições superlativas, o confronto entre PSG e Leipzig também será marcado por várias reuniões entre ex-companheiros e ex-mentores.
Além de Nkunku, que saiu das categorias de base do PSG e se tornou um dos arquitetos da temporada de sucesso do time da Alemanha, seu treinador Julian Nagelsmann (33 anos) tentará mostrar que pode superar seu ex-professor Thomas Tuchel (46 anos), o homem que o levou a ser treinador aos 20 anos.
Diante do jovem técnico que apoia um futebol sem complexos e que fez o espanhol Atlético de Madrid de Diego Simeone cair de joelhos na última quinta-feira (2 a 1), a pressão do resultado recai sobre os comandados de Tuchel, apontados pelo meia austríaco Marcel Sabitzer: "Claro que o PSG é o favorito."
Os jogadores do Leizig "não têm pressão para vencer a Liga dos Campeões ou chegar à final", reconheceu Ander Herrera, meia da equipe parisiense.
"Isso pode ser mais perigoso para nós, porque sem essa pressão joga-se mais livremente", acrescentou o espanhol.
- Navas fora, Di María 'em casa' -
Mas com a volta de Kylian Mbappé e Ángel Di María, que cumpriu suspensão contra o italiano Atalanta, nas quartas de final, Thomas Tuchel finalmente tem todo o seu arsenal ofensivo à sua disposição e poderá escolher a melhor fórmula para acompanhar Neymar.
Se Mbappé já demonstrou a sua extrema importância na equipe parisiense, Di María tem uma nova oportunidade de brilhar no Estádio da Luz, em Lisboa, local onde jogou o seu melhor futebol.
Pelo Benfica, o argentino de 32 anos surpreendeu os torcedores lisboetas durante três temporadas (2007-2010) no mesmo campo em que estará pelas semifinais.
E foi neste estádio que conquistou, com o Real Madrid, sua única Liga dos Campeões em 2014, a famosa 'Decima' dos merengues, após vitória sobre o Atlético de Madri, sendo eleito o melhor do jogo.
O talento de Di María será necessário para aliviar as perda de Keylor Navas e a provável ausência de Idrissa Gueye.
O PSG vai ficar sem a experiência do goleiro costarriquenho, tricampeão da Liga dos Campeões (2016, 2017, 2018), substituído por Sergio Rico, campeão da Liga Europa pelo espanhol Sevilla. Caberá a ela fechar o gol do time francês e ajudar a alcançar finalmente o tão almejado topo do futebol europeu.
- Escalações prováveis:
RB Leipzig: Gulacsi - Klostermann, Upamecano, Halstenberg - Laimer, Sabitzer, Kampl, Angeliño - Nkunku, Olmo - Y. Poulsen
Treinador: Julian Nagelsmann
PSG: Rico - Kehrer, Thiago Silva, Kimpembe, Bernat - Marquinhos, Paredes (ou Herrera), Neymar - Di María, Icardi, Mbappé
Treinador: Thomas Tuchel
Árbitro: Björn Kuipers (DIN)
* AFP