A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que na próxima terça-feira, 7, será iniciada uma nova rodada de negociação para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2023, com a realização de uma reunião da entidade com representantes da Petrobras e subsidiárias.
A FUP e os sindicatos a ela filiados encerraram nesta quarta-feira, 1, uma mobilização para pressionar por acordo com a empresa, movimento que foi iniciado no último dia 27, e que começou pelas refinarias e termelétricas da estatal.
"Na segunda-feira, 30, houve paradas nas subsidiárias da Petrobras - Transpetro e Petrobras Biocombustíveis (PBio); na terça, 31, as unidades administrativas atrasaram a entrada, e hoje as paralisações foram nas áreas de exploração e produção da empresa (E&P)", disse a FUP em nota.
Os petroleiros rejeitaram em assembleias a segunda contraproposta da empresa, que oferece ganho real de 1%, já antecipado, contra os 3% pedidos pela categoria, entre outras reivindicações. Um dos principais pontos para assinatura do acordo, além do reajuste, se refere a aperfeiçoamentos no plano de saúde dos empregados (AMS).
A Petrobras informou em meados de outubro ao Broadcast que a proposta da companhia prevê reposição do IPCA (4,66%) dos 12 meses (setembro de 2022 e agosto de 2023), além de 1% de ganho real para os trabalhadores.
Segundo a companhia, a proposta contempla, entre outros avanços, melhorias no exame periódico dos empregados, em benefícios educacionais, e as concessões de licença maternidade por 120 dias às mães não gestantes, licença paternidade de até 30 dias consecutivos e auxílio cuidador para empregados com deficiência.
"A companhia acredita que o diálogo e a boa-fé negocial entre empresa, empregados e seus representantes são o melhor caminho para a construção de relações trabalhistas transparentes, respeitosas e sustentáveis", disse em nota, após ser questionada.
"A companhia está focada em valorizar as pessoas, aprimorar o bem-estar no ambiente de trabalho e promover avanços em relação ao último acordo vigente até agosto de 2023, ao mesmo tempo em que preserva a sustentabilidade financeira da Petrobras no longo prazo", acrescentou.
A FUP informou que o ganho real de 1% e a reposição da inflação totalizam 5,66% de reajuste. "Porém, o mínimo que os trabalhadores esperam é a recomposição salarial e a recuperação do poder de compra. Além do ganho real de 3%, os petroleiros reivindicam 3,8% de reposição das perdas passadas e equiparação entre as tabelas salariais da Petrobras e das subsidiárias", afirmou a FUP.
Segundo a entidade, após as mobilizações, a empresa prorrogou por mais um mês a suspensão dos descontos do plano de saúde, considerados abusivos pela FUP, e a validade do atual ACT.
Procurada, até o fechamento desta nota a Petrobras ainda não havia retornado.