O projeto de criação e lançamento de novas bebidas deve prever, entre tantas variáveis, tendências de mercado e, principalmente, questões logísticas referentes aos locais de produção, envase e acesso aos mercados de consumo. Centavos fazem diferença na viabilidade econômica.
Estes foram alguns dos critérios avaliados por quatro jovens sócios (que têm entre 19 e 20 anos de idade), que estão lançando a Brasileira Hard Seltzer, inicialmente em Salvador e com planos para expansão, prioritariamente, no Nordeste.
Eles se uniram com a missão de pensar num novo produto, que fosse mais saudável, sustentável e atraente para os jovens brasileiros. Mesmo com foco no Nordeste, toda a produção e envase sairá inicialmente da cidade de São Paulo. A distância não se mostrou um empecilho.
Os sócios Vítor Brandão, Joao Gordilho e Lucca Araújo (Foto: André Marinho)
Para viabilizar a produção, a startup utiliza a estrutura da Dalata, empresa que fornece unidades móveis para envase em latas de alumínio e em garrafas de vidro e de alumínio. Os equipamentos são todos portáteis e levados ao local de produção das bebidas. Mesmo com a facilidade da estrutura móvel e flexível de envase oferecida pela Dalata, entretanto, o volume inicial de produção da Brasileira Hard Seltzer ainda não justifica ter uma operação local em Salvador.
CERVEJA CAI NA PREFERÊNCIA DOS JOVENS
As hard seltzers são bebidas à base de água gaseificada aromatizada e com baixo teor de álcool. Durante o período de um ano, os sócios avaliaram a tendência de crescimento do produto, principalmente no mercado norte-americano.
Eles verificaram que muitos dos jovens de 21 anos – idade em que é permitido o acesso legal a bebidas alcoólicas nos Estados Unidos – optam por iniciar o consumo pelas hard seltzers em vez da cerveja, em função do sabor e por considerarem uma bebida mais saudável.
Essa tendência está gerando uma sensível variação no consumo de cerveja nessa faixa etária, o que pode indicar mais dificuldades em posicionar o produto no longo prazo junto a este público.
O segundo passo dos empreendedores foi encontrar aroma e sabor que estivessem mais alinhados às preferências dos brasileiros. Vitor Brandão, um dos sócios, entende que o produto que já existe no mercado tomou por base os importados, que têm sabor mais amargo e que nem sempre satisfazem o paladar nacional.
OS EMPREENDEDORES BUSCARAM AROMA E SABOR QUE ESTIVESSEM MAIS ALINHADOS ÀS PREFERÊNCIAS DOS BRASILEIROS.
A empresa buscou definir um padrão de sabor próprio, o que demandou quase um ano de testes com provas de degustação e sensoriais, até se chegar a um sabor mais frutado e leve. João Vitor Gordilho define a Brasileira Hard Seltzer como “a bebida feita do nosso jeito”, sem comparativo com outras da mesma categoria.
Segundo o sócio Lucca Araújo, a decisão de produzir inicialmente em São Paulo visa aproveitar a facilidade de estruturas de produção e de envase de bebidas locais e a capacidade de crescimento imediato da produção em até cinco vezes.
Alguns fatores positivos motivaram o lançamento do produto na capital baiana. Os empreendedores já contam com estrutura logística e conhecimento das redes de varejo de alimentos da cidade, a concorrência ainda não tem foco na região e o clima estimula o consumo da bebida, que tem baixa caloria.
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