Em contrapartida aos discursos sobre assédios sexuais relatados por atrizes no Globo de Ouro, um grupo de artistas e intelectuais francesas publicou um artigo no jornal Le Monde no qual defende que os homens devem ter a liberdade de "importunar" as mulheres com "paqueras insistentes" e condenam a "onda puritana que parece não ter limites". Em uma demonstração de apoio, a jornalista e escritora Danuza Leão publicou um artigo no jornal O Globo afirmando que o Globo de Ouro lhe pareceu "um grande funeral".
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A carta das francesas compara a liberdade artística com a liberdade sexual em trechos como: "Ruwen Ogien defendeu uma liberdade de ofensa indispensável à criação artística. Do mesmo modo, defendemos a liberdade de assediar, indispensável à liberdade sexual. Hoje somos suficientemente informadas para admitir que o impulso sexual é inerentemente ofensivo e selvagem, mas também somos lúcidas o suficiente para não confundir paquera desajeitada com agressão sexual.
O documento ainda ironiza as acusações de assédios: "mais um esforço e dois adultos que querem dormir juntos verificarão primeiro em um aplicativo em seu telefone celular um documento em que as práticas que eles aceitam e aqueles que eles recusam serão devidamente listadas".
O texto de Danuza questiona sobre a diferença entre cantada e assédio sexual: "O que não está claro para mim é o conceito de assédio. É uma paquera? Avanços sexuais entre homens e mulheres começam sempre de um lado. Às vezes, o outro lado não quer, e isso é normal. Como definir?".
Danuza ainda aponta as denúncias de assédio como "uma coisa ridícula" e diz que "é doloroso saber que uma mulher pode fazer uma acusação e tirar o emprego de um homem". Ao final do texto, a jornalista declara: "Acho que toda mulher deveria ser assediada pelo menos três vezes por semana para ser feliz. Viva os homens."
O fotógrafo João Wainer, neto de Danuza, postou em seu Instagram uma imagem de uma pichação com a frase "Minha vó tá maluca!", em referência a uma letra de um funk. Os seguidores de Wainer associaram à postagem ao texto da avó. Alguns criticaram e outros apoiaram o fotógrafo nos comentários.
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