Biblioteca de Sarajevo incendiada, Notre-Dame de Dresden bombardeada, a Catedral do Cristo Salvador implodida em Moscou: antes da Notre-Dame de Paris, outros monumentos históricos foram completamente reconstruídos após grandes destruições.
- Notre-Dame de Reims -
Em 19 de setembro de 1914, a catedral gótica, lugar da coroação dos reis da França, já incendiada em 1481, foi bombardeada pelos alemães.
Durante todo conflito, esse imóvel, cujas torres alcançam 81 metros, foi bombardeado com frequência.
Em 1919, o Estado realiza sua reconstrução, com o apoio de doadores privados - em especial a família Rockfeller). A catedral é reaberta para o culto em 1938.
Uma estrutura mais leve constituída de lâminas de concreto armado substitui a antiga. Marc Chagall e Imi Knoebel desenham novos vitrais. A Unesco inscreve o prédio no patrimônio mundial da humanidade em 1991.
- Notre-Dame de Dresden -
Em fevereiro de 1945, a "Frauenkirche", símbolo de Dresden erguido no século XVIII, desaba sob os bombardeios dos Aliados.
Por quase 50 anos, a montanha de ruínas permanece, por falta de recursos financeiros e de vontade política das autoridades comunistas da RDA.
É apenas em 1994, cinco anos depois da Queda do Muro de Berlim, que a reconstrução começa, graça aos 180 milhões de euros em doações de quase 600.000 indivíduos, instituições e empresas alemãs e estrangeiras.
Essa joia da arte barroca, reconstruída como uma cópia fiel com 8.400 pedras originais, reabre em 2005. Na cúpula, é colocada uma nova cruz criada pelo filho de um piloto britânico que havia bombardeado Dresden.
- Catedral do Cristo Salvador -
Construída em Moscou para celebrar a vitória da Rússia sobre o Exército de Napoleão, a igreja é implodida sob Stalin, em 1931.
Após várias tentativas de construir um Palácio dos Sovietes, uma gigantesca piscina a céu aberto é escavada em 1958 no local. Depois do colapso da URSS, Boris Yeltsin ordena sua destruição.
Reconstruída em concreto entre 1995 e 2000, segundo os planos originais, a catedral abriga a sede do patriarcado ortodoxo.
- Antiga cidade de Varsóvia -
Sob as ordens de Hitler, os alemães arrasam a cidade em agosto de 1944. Em 17 de janeiro de 1945, quando o Exército Vermelho conquista a margem esquerda da Varsóvia, destruindo 85% desse território.
São necessários dez anos para fazer renascer o centro histórico. Voluntários limpam a cidade. Busca-se o lugar original de cada pedra. As telas de Canaletto servem de modelo. A cidade antiga é inscrita no patrimônio mundial da humanidade em 1979.
Decidida em 1970, a reconstrução do castelo real terminará em 1984, graças às doações procedentes de todo país e da diáspora.
- 'La Fenice' de Veneza -
Construído no fim do século XVIII sobre as ruínas de um teatro destruído pelo fogo, La Fenice (ou Fênix) sofreu um primeiro incêndio em 1836. Reconstruído, reabre no ano seguinte.
Em janeiro de 1996, porém, a Ópera é mais uma vez destruída, desta vez, por um incêndio criminoso.
Com o apoio do Estado, da Unesco e de doadores do mundo inteiro, La Fenice é reconstruída "com'era e dov'era" ("como era e onde era"). Depois de longas disputas, os trabalhos ao custo de 60 milhões de euros deslancham em 2001. O teatro reabre suas portas em 2003.
- Liceu de Barcelona -
Inaugurado em 1847 sobre La Rambla, o mais célebre teatro lírico espanhol foi destruído em 31 de janeiro de 1994 por um incêndio.
Cinco anos de trabalho e 110 milhões de euros são necessários para reconstruir fielmente o prédio.
- A biblioteca de Sarajevo -
Na noite de 25 para 26 de agosto em 1992, as forças sérvias incendeiam a biblioteca nacional da Bósnia, construída em 1896 no estilo pseudo-mourisco. Dos mais de dois milhões de livros, as chamas poupam apenas cerca de 300 mil.
Os trabalhos de reconstrução do imóvel arruinado começam em 1996, em parte financiados pela União Europeia. A nova biblioteca foi inaugurada em 2014.
* AFP