A história da dengue vem de longe. As primeiras descrições de epidemias de uma doença semelhante à que hoje nos aflige datam do século 18. O vírus só foi isolado em 1943.
Existem quatro vírus causadores de dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, que compartilham entre si dois terços do genoma. São chamados de sorotipos, em função de suas interações com os anticorpos produzidos contra eles, no sangue da pessoa que foi infectada.
Presente nas glândulas salivares do Aedes aegypti, o vírus é transmitido quando as fêmeas se alimentam do sangue humano. Os primeiros sintomas aparecem de quatro a 10 dias depois da picada — período de incubação.
É impossível acabar com a doença no Brasil, mas é vergonhoso convivermos até hoje com suas mortes.
Poucos sabem que 60% a 80% das pessoas infectadas permanecem assintomáticas ou com sintomas mínimos. Essas infecções inaparentes têm importância porque aumentam o risco de complicações no caso de uma nova infecção provocada por outro sorotipo, especialmente quando o intervalo entre os dois eventos é longo.
Antes a doença era classificada em dengue clássica, dengue hemorrágica e síndrome do choque da dengue. Em 2009, no entanto, a Organização Mundial da Saúde modificou a classificação para: dengue clássica, dengue com sinais de alerta e dengue grave.
O termo "dengue hemorrágica" deve ser abandonado para evitar confusão: podem ocorrer pequenos sangramentos em casos leves, e nem todos os casos graves evoluem com hemorragias.
Na dengue clássica, o primeiro sintoma é febre de início súbito. De repente a pessoa começa a sentir um frio estranho, muitas vezes com calafrios. Quando coloca o termômetro a temperatura está acima de 38,5ºC.
Em seguida, podem surgir dores musculares e nas articulações, cefaleia, dor atrás dos olhos, náuseas, vômitos, diarreia, lesões avermelhadas na pele e nas mucosas, vermelhidão nas conjuntivas, inapetência e mal-estar.
A fase febril dura de dois a sete dias. As lesões da pele permanecem por mais três a seis dias depois que a febre cedeu. Podem ocorrer pequenos sangramentos nasais, vaginais ou nas gengivas ao escovar os dentes.